Pela lei das afinidades o espírito é atraído, antes da reencarnação, à progênie na qual se encontram os fatores genéticos de que tem necessidade para a redenção. Mesmo nos casos em que há forte influência de fatores externos ou de causas hereditárias, temos de levar em conta os fatores cármicos incidentes que impõem ao devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós.
É neste ponto que se entenderia, do ponto de vista psicoespiritual, a Epilepsia; mas cabe considerar que há também processos de obsessão que fazem lembrar crises epilépticas, tal a similitude da manifestação. Neste caso, o hóspede perturbado exterioriza a personalidade de modo característico, através da psicofonia atormentada; sucede à crise a manifestação do obsessor. Se difere da epilepsia genuína, então, onde após a convulsão vem o coma.
É comum o caráter misto nesta enfermidade, ou seja, o epiléptico sofrer a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade.
Um caso exemplo
Manoel Philomeno de Miranda conta um caso bastante intenso de uma atriz que virou prostituta e cafetina (escravizando jovens mulheres e explorando idosos irresponsáveis) a fim de manter gananciosamente um patrimônio. Junto a um rapaz apaixonado, assassinou o marido (comparsa de seus crimes). Depois, eliminou o novo amante – temendo a denúncia, já que este denotava cansaço de suas carícias. Passou a não se vincular mais a ninguém por temer vinganças, e se tornou ainda mais exploradora com relação a suas vítimas.
Viveu longos anos perseguida pelos desvarios da posse, que defendida mediante o uso de todo artifício imaginável, agasalhando, porém, sem perceber, a memória das vítimas em forma de receios e remorsos que se infiltraram na mente em desalinho, até que a loucura, ao final da existência física, arrastou-a a um manicômio onde sucumbiu, esquecida.
Padeceu por décadas no além-túmulo, nas mãos dos antigos consórcios e reencarnou tendo como pais: o antigo esposo (que a internou logo que agravaram-se as crises epilépticas, tratando-a com desprezo) e uma das jovens exploradas (que desde cedo exteriorizou aversão à filha).
Suas crises epilépticas se agravariam na puberdade, apesar de desde a infância apresentar disritmias cerebrais.Condicionada por longos anos à dissimulação, à mentira, ao suborno, acalentando pavores que a arrastaram à loucura, lesou os centros perispirituais, que em se fixando no novo corpo, alteraram o metabolismo endócrino, produzindo a enfermidade que ora lhe cobrava os delitos cometidos.
Muitas vezes, durante as crises, se desprendia parcialmente do corpo e via o amante assassinado, que a atemorizava. O horror se transmitia à aparelhagem orgânica, motivando nova e penosa crise (que, não raro, durava horas contínuas). Passou a ter, assim, a noção do resgate, reconhecendo a culpa, arrependendo-se dos erros praticados, aspirando a libertação – apesar do tumulto que a vencia.
Havia, entretanto, um antigo afeto – que intercedeu pelo seu renascimento, que a visitava assiduamente, encorajando-a e auxiliando-a. Ela vem a concluir esta nova existência tendo modificado suas disposições primitivas, dando um passo a mais em seu caminho evolutivo.
(Extraído de Manoel Philomeno de Miranda, no livro “Grilhões Partidos”, psicografado por Divaldo Franco)
Cabe lembrar que a epilepsia varia em diversos graus de intensidade e, como todas as perturbações orgânicas ou emocionais, podem ser modificadas - atenuadas ou agravadas - conforme a exteriorização de nosso próprio mundo íntimo. Tendo um fim de drenagem de nossas energias perturbadoras - como toda doença - desde que consigamos modificar nosso padrão vibratório, também lhe alteramos as manifestações.
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